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Setembro Amarelo e a importância de falar sobre os sentimentos

Falar sobre saúde mental é, ainda hoje, um tabu na sociedade. Em casa, nos ambientes de trabalho e nas escolas, a realidade é que as pessoas sentem muito receio ou não se sentem confortáveis para falar sobre seus sentimentos.

Esses bloqueios sociais acabam dificultando o diálogo e a troca de informações sobre transtornos mentais, como por exemplo, a depressão e a ansiedade. E, infelizmente, esse movimento vem contribuindo para o aumento do índice de suicídios não só no Brasil, como no mundo.

Neste artigo, você vai entender a importância da campanha Setembro Amarelo e como falar, de forma cuidadosa, sobre saúde mental na educação infantil. Mas antes, é importante entender como surgiu esta campanha e quais são seus os principais objetivos.

A campanha Setembro Amarelo, criada em 2014 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), busca prevenir o suicídio por meio de ações conscientizadoras, realizadas em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria.

No Brasil, a faixa etária mais atingida com transtornos mentais é a dos jovens e adultos de 15 a 25 anos. A escola, sendo um lugar de trocas sociais e desenvolvimento, deve promover diálogos, palestras e atividades sobre a importância de cuidar da saúde mental e sobre o respeito às diferenças.

O diálogo, a informação e o conhecimento são ferramentas essenciais para que, juntos, possamos mudar essa realidade.

Educação socioemocional: Aprenda a usar em sala de aula!

O que pode levar uma criança ao sofrimento emocional?

A vida adulta, tão corrida e cheia de desafios, nos faz esquecer que os problemas da criança também importam. Aprender a viver em sociedade não é nada fácil e, na escola, ainda na educação infantil, as crianças estão aprendendo constantemente a lidar com suas próprias emoções e com as emoções dos outros. 

A campanha Setembro Amarelo na escola é necessária para lidar com questões relacionadas a:

Como identificar sintomas de alerta nas crianças?

Entrevistamos a Psicóloga e Terapeuta de Família, da Associação de Terapeutas de Família do Rio de Janeiro, Vera Risi. De acordo com a Psicóloga, é fundamental que possamos divulgar este alerta a respeito da saúde mental aos familiares, para que eles possam identificar os sintomas precocemente. 

Dentre diversos sintomas, uma criança com dificuldades emocionais:

Por isso, é importante abordar este tema na escola com os alunos e, principalmente, com os pais. A partir daí, instruir toda a comunidade escolar a respeito de como lidar com crianças em situação de sofrimento emocional. A abordagem correta abre espaço para que haja uma sugestão de busca de ajuda. 

“O profissional vai ser aquela pessoa que vai dar uma ajuda medicamentosa, quando for preciso, ou uma ajuda na sensibilidade da escuta. É fundamental que o profissional tenha essa escuta e agregue a família nessa ajuda, sensibilizando a família de que aquele membro está passando por um momento de sofrimento.” afirma Vera Risi.

Leia também: Educação socioemocional: como lidar com crianças ansiosas!

Setembro Amarelo na escola: Saiba como abordar este tema!

Falar sobre saúde mental e tudo o que envolve este tema exige cautela e muita habilidade. Por isso, busque estratégias assertivas para conduzir essa conversa da melhor forma possível. Além disso, é importante que o professor use a ludicidade para tratar questões tão duras com as crianças. Dessa forma, a conscientização ocorrerá de forma orgânica, sem impactos negativos.

Confira formas sensíveis de apresentar a campanha Setembro Amarelo e abordar questões sobre saúde mental na educação infantil!

1- Nomeando sentimentos

Para falar sobre saúde mental na educação infantil, é importante explicar os sentimentos para as crianças. Elas estão em fase de descoberta, por isso, é papel dos educadores apresentar de forma lúdica cada sentimento, dando nomes e dicas para lidar com cada um. A educação socioemocional deve ser levada a sério na escola, pois ela pode evitar diversos transtornos futuros. 

A professora pode:

Para tornar a aula ainda mais humana, conte aos alunos seus medos, angústias, alegrias e tristezas também. Compartilhar vivências pessoais ajuda a tornar o papo mais próximo da realidade e promover mais confiança durante a troca.

Apostar em animações infantis e recursos audiovisuais para conscientizar. O filme infantil “Divertida Mente” é uma ótima opção:

Ou os vídeos do Canal “Smile and Learn”:

2- Realizando atividades que trabalhem as emoções

a) O Dado das Emoções:

Fonte: Pinterest

Esse dado especial pode ser feito em casa ou encomendado em sites de artesanato. Pode ser utilizado durante os diálogos em roda, por exemplo, por quem se sentir confortável para apontar qual emoção presente no dado está sentindo e dizer o porquê.

b) Ler o livro “O Monstro das Cores” e depois produzir o artesanato dos monstros com suas respectivas cores e sentimentos:

Fonte: Pinterest

O livro pode ser lido coletivamente, depois a professora pode propor uma discussão sobre a história e, em seguida, o kit do Monstro das Cores pode ser apresentado para os alunos e guardado em sala de aula para os momentos em que os alunos queiram utilizá-los.

c) Saquinho das Emoções
Uma outra versão do Monstro das Cores é o Saquinho das Emoções, que também representam os sentimentos que podem ser sentidos por todos e pode ficar na sala de aula para ser utilizado durante trocas, diálogos e até mesmo resolução de conflitos:

Fonte: Pinterest

d) Roleta das Emoções
Assim como o Saquinho das Emoções e o Monstro das Cores, também é possível trabalhar as emoções com a Roleta das Emoções:

Fonte: Pinterest

A parte mais importante durante as atividades e jogos sobre os sentimentos é que a criança se sinta confortável ao entender que ela é humana e vai sentir diversas emoções. As emoções não devem ser classificadas como “positivas” ou “negativas”, pois elas fazem parte de quem nós somos e devem ser acolhidas e trabalhadas.

É essencial que os educadores que trabalham as emoções com os pequenos criem um espaço de acolhimento, respeito e não-julgamento das emoções vivenciadas por cada aluno.

Além disso, é papel da comunidade escolar estudar os sinais de possíveis transtornos mentais e saber o momento de comunicar às famílias a necessidade de direcionar o aluno para profissionais que cuidam da saúde mental, como psicólogos, psiquiatras e terapeutas.

Lembrando que não há nenhuma vergonha ou problema nisso, pois nossa mente precisa ser cuidada como todas as partes físicas do nosso corpo.


3- Leitura Coletiva

A leitura coletiva pode ser realizada desde quando as crianças são bem pequenas – e conseguem se concentrar na leitura de histórias – e tem um papel importante no desenvolvimento social e pessoal, pois é um momento de coletividade, respeito, foco e diálogo.

Por isso, separamos alguns livros com temáticas de sentimentos e respeito às diferenças que podem ser lidos em sala de aula e indicados para as famílias terem em casa também. São eles:


4- Estimulando a comunicação escrita

A linguagem escrita deve ser trabalhada continuamente na educação infantil. Muitas vezes a criança se sente mais à vontade para falar sobre algumas questões escrevendo. O hábito de escrever em diários ajuda a criança a elaborar seus próprios sentimentos, desenvolvendo habilidades socioemocionais muito ricas.  

Por isso, trabalhe a produção textual com temas relacionados à: 

Curtiu as atividades propostas? Comente aqui embaixo quais você irá usar com seus alunos e acompanhe nosso Blog para mais dicas e trocas!