Saiba como trabalhar a educação especial no modelo de ensino híbrido
Desde 2008 a educação brasileira conta com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva. Essas políticas são essenciais, afinal, o número de matrículas da educação especial chegou a 1,3 milhão em 2019, de acordo com o Censo Escolar. Isso só comprova que a educação especial deve ser vista como prioridade em todas as áreas do ensino, principalmente na educação infantil.
Em 2020, por conta da pandemia da Covid 19, o modelo de ensino híbrido trouxe inúmeros desafios para a educação infantil. No que diz respeito à educação especial e inclusiva, os desafios, que já são grandes no modelo tradicional, se tornam ainda mais complexos neste novo modelo de ensino. De um modo geral, todos os alunos necessitam de um acompanhamento muito mais detalhado e assistencial no modelo híbrido.
Entrevistamos a Pâmela, estudante de Pedagogia que trabalhou no ensino híbrido com turmas de alunos especiais. De acordo com ela: “O ensino das escolas públicas tem sido por apostilas. O material é feito pela secretaria de educação e postado na plataforma online. Já nas escolas privadas, existe todo um preparo, aulas ao vivo e todo um acompanhamento”.
Cada aluno conta com uma realidade diferente, dificuldades de aprendizagem diferentes e contextos sociais que influenciam o processo de ensino. Por isso, para trabalhar a educação especial no modelo híbrido de ensino, as escolas precisam criar um plano de ação que conte com a ajuda de pais, professores e alunos:
- Capacitando a equipe pedagógica
- Dialogando com os pais sobre as necessidades dos filhos
- Criando um plano de avaliação diferenciado para cada criança
- Oferecendo suporte e materiais necessários
- Pensando em formas de acompanhamento especial e individualizado
- Pensando em planos de aula adaptados
Saiba como montar um plano de aula para modelo híbrido de ensino!
Mas tudo isso deve ser pensado de acordo com o contexto de cada instituição de ensino. De acordo com o Censo Escolar de 2018, só 31% das escolas (públicas e privadas) possuíam uma estrutura acessível e inclusiva. Ou seja, existe um desafio e tanto pela frente até que os ambientes físico e online se tornem inclusivos na educação infantil.
“O ensino remoto em si, já dificulta um pouco mais para os alunos especiais. Cada deficiência demanda um pouco mais de atenção. O ensino precisa ser diferenciado e adaptado para eles em sala de aula. No ensino remoto deveria ter os conteúdos adaptados da mesma forma e um professor a disposição ao vivo para sanar as dúvidas e auxiliar no ponto de partida.” Afirmou Pâmela
Modelo híbrido: Como funciona e como adaptá-lo à educação especial?
O modelo de ensino híbrido é dividido em vários tipos e abrange muitas possibilidades. Ele pode ser feito por estações, em modelo de laboratório rotacional, rotação individual e sala de aula invertida. Saiba mais sobre cada um neste artigo completo!
Para que um modelo de ensino híbrido funcione na educação infantil, muita coisa precisa ser repensada. Calendário e divisão do tempo das atividades presenciais e online, projeto político pedagógico da escola, planos de aula, materiais usados nas atividades. Tudo isso já demanda bastante atenção da comunidade escolar. Pais e professores precisam se unir para que o modelo híbrido funcione e, para que ele seja inclusivo, essa parceria precisa ser ainda maior.
1- Mapeie quais são as necessidades especiais dos alunos da sua instituição
Antes de mais nada, é importante que a escola entenda quais são as necessidades físicas, psicológicas ou cognitivas dos seus alunos especiais. Isso porque, cada uma dessas necessidades exigem um cuidado diferenciado. Se seus alunos possuem dificuldades físicas, como por exemplo surdez, deficiência visual etc, as atividades deverão ser pensadas para além do acompanhamento educacional.
É necessário pensar em atividades e formas de ensinar onde os alunos possam desenvolver os aprendizados sem impedimentos. Materiais didáticos adaptados, recursos tecnológicos inclusivos e suporte presencial de um educador para as atividades remotas, são ótimas soluções para a inclusão de alunos especiais com necessidades físicas.
Já em casos de alunos especiais com dificuldades psicológicas ou cognitivas, a demanda pela educação especial é diferente. É importante desenvolver atividades para cada necessidade e usar técnicas educacionais aliadas à psicopedagogia. Assim, os professores poderão ensinar de forma individualizada, com os recursos adequados.
2- Invista em profissionais especializados para trabalhar de forma individual na educação especial
Por mais que os alunos estejam em casa boa parte do tempo de aula, é importante que a escola crie formas de acompanhar cada aluno especial. Como falamos anteriormente, esse acompanhamento pode acontecer de forma presencial, dependendo da disponibilidade e possibilidades da escola.
Além disso, esse acompanhamento pode ser feito de forma online, com aulas extra para os alunos especiais, usando ferramentas para aulas ao vivo. Assim, o ensino será muito mais personalizado, possibilitando uma troca maior entre professor e aluno.
3- Crie um calendário de reuniões com os pais para estreitar o diálogo
É muito importante que a escola tenha uma escuta ativa para com os pais dos alunos. Por mais que os pais não tenham formação educacional, são eles quem estão na linha de frente, lidando com todas as questões dos seus filhos. Por isso, procure entender o que mais funciona para cada aluno e compreenda os gostos, interesses, formas de aprendizado por meio de conversas periódicas com os pais.
Esse contato maior com os pais de alunos especiais é essencial para que a educação inclusiva aconteça da melhor forma possível no modelo de ensino híbrido. Por isso, crie um calendário extra de reuniões, para que a escola não perca esse contato mais próximo com os pais. Isso será ótimo para que assuntos específicos de cada aluno especial possam ser tratados e acompanhados.
4- Aposte na literacia digital para promover inclusão na educação especial
A literacia digital é uma forte aliada da inclusão escolar. Existem inúmeros aplicativos que podem facilitar o aprendizado online de alunos especiais, diversas ferramentas, como traduções em libras, métodos de leitura para deficientes visuais, braile etc. Apostar na literacia digital torna o ensino mais flexível e adaptável às diferentes realidades.
Além disso, a literacia digital pode proporcionar a educação em redes, ou seja, uma maior integração de conteúdos educacionais e áreas de ensino. Dessa forma, os professores podem utilizar recursos digitais no planejamento das aulas, para que o ensino se torne mais eficaz e inclusivo.
Saiba como a literacia digital pode te ajudar no modelo híbrido de ensino!
5- Crie atividades pedagógicas em que todos os alunos possam realizar juntos
O projeto SuperAutor é uma boa forma de englobar todos os alunos em uma atividade em comum. Isso cria uma sensação de pertencimento e inclusão para alunos especiais. Este projeto pedagógico adaptável aos diferentes modelos de ensino, trabalha o processo de letramento dos alunos de forma lúdica, tornando-os protagonistas de suas histórias. Cada aluno escreve e ilustra sua própria história, que será transformada em um livro de verdade.
Usando técnicas e recursos já citados neste artigo, as escolas poderão potencializar o processo de educação especial no modelo híbrido de ensino. “Projetos pedagógicos como o SuperAutor são ótimos para explorar a literacia e trabalhar às percepções” Afirmou Pâmela. Além disso, o SuperAutor é alinhado à BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Conheça 10 tópicos da BNCC que podem ser aplicados usando o Projeto SuperAutor!
Como sua escola tem promovido a educação especial no modelo híbrido de ensino? Conta pra gente nos comentários e compartilhe este artigo com sua equipe escolar!