Em pleno ano de 2020 a saúde mental das pessoas se tornou uma grande questão. Isso porque presenciamos uma pandemia toma conta de diversos países com o surgimento de um vírus pouco conhecido pela ciência. Ele é denominado como coronavírus ou COVID-19, que pode levar a fatalidade de idosos, pessoas com problemas respiratórios e imunidade baixa.
Com origem na China, em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, o vírus afetou todo o país e se espalhou para o resto do mundo. Isso se deu por meio de pessoas que realizaram viagens internacionais e voltaram para a sua cidade natal.
Outras informações sobre o vírus:
- Em outros países, o pico da doença deu-se nos primeiros dois meses de 2020
- Chegou ao Brasil no dia 25 de fevereiro
- Teve uma mutação, o novo coronavírus (Sars-Cov-2)
Isolamento social e saúde mental
Na tentativa de conter a pandemia e minimizar a quantidade de pessoas contagiadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou isolamento social em todo o mund. Apenas a saída para casos essenciais, como idas ao mercado, farmácias e hospitais foram permitidas.
No Brasil, o estado de quarentena está em quase todo o território, com medidas como o fechamento de escolas, shoppings e comércios. Além disso, foi adotado o trabalho remoto para os trabalhadores que podem e aulas a distância para os estudantes. Com essa situação, pessoas do mundo todo estão adquirindo problemas emocionais e mentais, como Transtorno de Ansiedade, Síndrome do Pânico, um alto nível de estresse, entre outros.
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O que fazer para minimizar os danos à saúde mental?
Para situar as pessoas do que está acontecendo e dar dicas sobre como lidar com este novo quadro social, nós, da SuperAutor, entrevistamos a Psicóloga Amanda Antunes. Ela nos ajudou a compreender melhor os efeitos do coronavírus na saúde mental do ser humano. Amanda trabalha hoje como Analista de Gente&Gestão aqui no nosso do time da SuperAutor, com foco em seleção e desenvolvimento de pessoas.
Como um período de pandemia e isolamento social pode mexer com a saúde mental de uma pessoa?
Amanda Antunes: Quando falamos do ser humano, falamos de singular e plural ao mesmo tempo. Esse vírus, até então pouco conhecido, chegou muito recentemente no Brasil, levando ao isolamento social, a quarentena, e novas medidas estão sendo são adotadas. Ou seja, você não sai mais para tomar um chopp ou um café. Você não pode mais tomar um sorvete, um açaí com o seu amigo, não pode nem mais ter um coffee break na cozinha do seu trabalho, você faz tudo agora dentro do seu quarto, da sua sala, da sua casa.
E isso pode mexer com o emocional de uma pessoa de diversas formas. Embora cada um reaja de uma maneira, a insegurança sobre o amanhã tem sido o maior ponto de ansiedade das pessoas, não só no Brasil, como no mundo todo. O medo de não saber o que vai ser daqui a uma semana, um mês. Perguntas como “Até quando isso vai durar?” e “O que vai ser do meu emprego?”, principalmente pessoas que são autônomas. Então todos esses fatores podem mexer com o emocional de uma pessoa.
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Quais transtornos ela pode desenvolver?
A.A.: Os transtornos a serem desenvolvidos também dependem muito de pessoa para pessoa, mas de uma forma geral, muitos pesquisadores indicam que após essa quarentena, devido a essa pandemia, muitas pessoas podem desenvolver o Transtorno de Episódio Pós Traumático (TEPT), geralmente derivado de uma ocasião traumática para a pessoa.
No DSM 5, livro que a gente encontra todos esses diagnósticos, esse transtorno é classificado como um episódio onde a pessoa presencia um evento atípico, como por exemplo uma morte, um assalto, uma agressão violenta e, após isso, ela fica muito traumatizada, não querendo mais sair de casa, nem ter contato com outra pessoa.
Então, muitas pesquisas dizem que as pessoas podem desenvolver aspectos desse transtorno e, também:
- Medo
- Ansiedade
- Transtorno Obsessivo Compulsivo
derivado de querer limpar tudo o tempo todo, já que é uma das medidas de segurança, de prevenção, a higienização das superfícies, o uso do álcool em gel, o ato de lavar as mãos constantemente com sabão.
Muitas pessoas tem notificado que estão passando álcool em maçanetas, em tudo o que ela toca. Sabemos que é muito importante, mas em grande escala pode levar ao desenvolvimento do TOC.
Como manter a saúde mental em home office?
A.A.: Todos estão tendo que se adaptar. Diversos segmentos e empresas aderiram ao home office, estão trabalhando de casa, e isso é muito desafiador, porque você mudou toda a sua rotina, todo o seu cenário. A tecnologia te ajuda muito com isso, pois você consegue entrar em contato com várias pessoas ao mesmo tempo através da internet, só que é muito importante você estipular um pouco da sua rotina.
A gente entende que muitas pessoas reagem de forma diferente. Tem gente que produz mais na parte da noite e até mesmo na madrugada, mas se tratando de home office, a maioria das empresas adotaram a mesma jornada de trabalho, horário comercial, e é muito importante você ter uma rotina. Então se antes você acordava às 8h para ir trabalhar, procura manter isso, mesmo trabalhando em casa.
Mantenha a rotina de acordar, tomar banho, tomar café, trocar de roupa e, se possível, separar um local para chamar de estação do trabalho, avisar a sua família que você está em casa, mas está trabalhando, e isso pode ajudar muito o seu rendimento. É muito importante fazer um cronograma, ter uma gestão de tempo, separar um horário para cada coisa.
Em casos de ter uma criança em casa, ainda mais porque as escolas também pararam, tente fazer um cronograma com as crianças, criar uma rotina para as crianças e para a própria pessoa.
Como identificar e o que fazer para lidar com a ansiedade?
A.A.: Muitas pessoas têm se queixado ainda mais sobre ansiedade agora, depois desse isolamento, o que é muito natural. O que é muito cômico, também, é que o que aumenta a ansiedade é esse afastamento social e antes as pessoas faziam isso voluntariamente, devido à tecnologia.
Como você tem muita facilidade hoje para entrar em contato com as pessoas, você opta por fazer isso pelas redes sociais, que é muito bom pra quem mora muito longe, mas às vezes você acaba perdendo o contato com pessoas muito próximas.
O que muitos psicólogos instruem é ter o hábito de sair para fazer algo que você goste, sair para tomar um café com alguém que não vê há muito tempo, isso ajuda muito. Mas agora você não pode fazer isso, pois está isolado por motivos de força maior, por motivo global. Então é muito subjetivo dizer como diminuir a ansiedade de alguém, pois o que pode diminuir a minha ansiedade pode não diminuir a sua.
Dicas sobre como se comportar nesse período
A.A.: Toda crise faz a gente descobrir coisas que nem imaginava que conseguia fazer. Faz a gente pensar fora da caixa, o que é muito bom, porque nos tira completamente da nossa zona de conforto. O emocional de todo mundo naturalmente está abalado, por medo e insegurança , por não saber quando esse isolamento vai acabar.
O que a maioria das pessoas tem feito é aderir ao trabalho virtual, em casa, só que essa adaptação varia muito com o cenário da pessoa, com o que ela trabalha, com a realidade que ela tem dentro de casa.
O que eu posso dar como dica é:
- Encare a realidade, que hoje é essa.
- Viva um dia de cada vez e se reinvente.
- Aproveitar este momento para criar uma rotina diferente e praticar hobbys
- Olhe para a situação, mas não esqueça de olhar para você também
A SuperAutor entende que este é um momento difícil para todos nós. Por isso, estamos produzindo conteúdos que possam ajudá-los a viver com esta nova realidade. Você que é professor ou educador de uma forma geral, que está inserido na comunidade escolar, fique atento às nossas dicas e artigos que dão um suporte para a adaptação ao método de ensino a distância.
Além disso, estamos produzindo, também, conteúdos lúdicos para ajudar os pais na propagação da informação sobre a pandemia para as crianças, além de ajudar na continuidade do desenvolvimento educacional dentro de casa. Estamos fazendo o melhor, procurando especialistas para embasar os materiais e, juntos, passar por esta situação. Estamos juntos nessa!