A Neurodiversidade é um conceito novo, que tem gerado bastante curiosidade no meio educacional, afinal, a educação especial deve ser prioridade em qualquer instituição de ensino. Mas muitas pessoas confundem o conceito e acreditam que se trata apenas de pessoas com autismo, mas na realidade, a neurodiversidade engloba muito mais. O conceito de neurodiversidade chegou para nos propor um olhar diferente para a pluralidade cognitiva das pessoas.
Um Neurodivergente é o indivíduo que possui alguma atipicidade em sua configuração neurológica, como:
- Espectro Autista
- Déficit de Atenção
- Hiperatividade
- Dislexia
- Dispraxia
Ou seja, toda condição neurológica diferente e especial, se encaixa neste termo. Por isso, até mesmo a palavra “transtorno” é substituída na visão da neurodiversidade. Cada indivíduo é único e, por isso, não há um normal neurológico a ser correspondido, muito menos um anormal a ser “curado”.
O que acontece na prática é que o cérebro das pessoas neurodiversas funciona, processa e aprende de formas diferentes e, é papel da educação, encontrar formas de ensinar que se adaptem às necessidades da neurodiversidade. Mesmo alunos que possuem uma mesma condição especial neurológica são diferentes e aprendem de formas diferentes. É necessário olhar para cada aluno de forma individualizada para ajudar da melhor forma.
O que propõe o movimento social de apoio à neurodiversidade?
O movimento que começou no final dos anos 1990, por Judy Singer, socióloga australiana que também está no espectro do autismo, busca muito mais do que inclusão social. A neurodiversidade pretende mudar o foco da cura e normatização, para a apreciação das diversidades. Além disso, o movimento busca Direitos civis e Respeito.
Como a neurodiversidade propõe uma outra visão a respeito das diferenças neurológicas e não considera muitas delas doença, existe também uma maior reflexão sobre o uso desnecessário de terapias e medicamentos que alteram ou monitoram o comportamento de pessoas especiais.
Inclusão na prática: Neurodiversidade nos diversos espaços sociais
Com o movimento cada vez maior da reflexão sobre a neurodiversidade, pessoas diversas podem ocupar espaços que, antes, não ocupavam por serem considerados doentes. É claro que ainda existe um longo caminho a ser trilhado rumo à inclusão social efetiva, mas tudo começa pela escola.
É na escola que os alunos neurodiversos podem ver a neurodiversidade com outro olhar, criar autoestima e ter consciência de que suas diferenças não os tornam incapazes. Isso faz toda a diferença na vida adulta dos alunos.
De acordo com a pesquisa feita pelo relatório Autism Employment Gap, da National Autistic Society, apenas 16% dos adultos neurodiversos estão no mercado de trabalho e 77% dos desempregados querem trabalhar e desenvolver uma vida mais autônoma.
Mas alguns fatores impedem pessoas neurodiversas de desempenharem tarefas autônomas:
- Receio de passar por preconceito
- Medo de não dar conta
- Falta de incentivo à autonomia
Leia também: Pedagogia da autonomia: Melhore o desenvolvimento dos alunos ao longo das séries
Por isso é tão importante que as instituições de ensino mudem este olhar e foquem em soluções práticas para trazer a neurodiversidade da melhor maneira possível para a sala de aula. Assim, os alunos terão uma base mais sólida para buscar novos caminhos ao longo da vida, sem medo de expressar suas diferenças e lidar com elas.
Como lidar com a neurodiversidade na escola?
São muitos os desafios da inclusão da neurodiversidade na escola. Muitas pessoas possuem uma visão preconceituosa a respeito deste assunto e, por isso, a escola precisa estar preparada para situações adversas. O primeiro passo para trazer este novo olhar sobre a neurodiversidade para a escola é a conscientização.
Pais, alunos, professores e colaboradores precisam estar alinhados a esta visão. Isso fará toda a diferença no processo educacional para alunos especiais, afinal, a comunidade escolar envolve e precisa do apoio de todos. A escola pode promover a conscientização:
- Apresentando materiais de apoio sobre o tema para a comunidade escolar
- Promovendo palestras com especialistas para tirar dúvidas de pais e professores
- Incentivando aulas mais reflexivas a respeito da inclusão para os alunos
- Oferecendo suporte psicopedagógico para pais e alunos interessados
Saiba como trabalhar a educação especial no modelo de ensino híbrido!
Promova qualificação profissional para neurodiversidade
A qualificação profissional no meio educacional é muito importante em qualquer situação. Quando se trata de neurodiversidade, que propõe um termo novo e uma nova forma de lidar com alunos especiais, isso se torna ainda mais relevante. Muito provavelmente os professores já estão preparados para a educação especial, mas será que eles estão sabendo lidar com as diferenças sem tratá-las como doença?
A forma como os professores abordam a educação inclusiva é crucial para o bom desenvolvimento da educação especial da escola como um todo. Os alunos são impactados pela forma como o processo educacional se desenvolve e, consequentemente, os pais percebem e refletem estes impactos em casa.
A educação inclusiva não deve ser sinônimo de falta de qualidade de ensino. Por isso:
- Faça reuniões com seus professores para ouvi-los e entender suas dúvidas
- Monte estratégias de ensino para cada aluno especial, de acordo com cada realidade
- Avalie o desempenho das estratégias de ensino ao longo do processo e, caso necessário, faça reajustes.
- Conquiste a confiança dos alunos e mantenha o canal de comunicação sempre aberto.
- Crie uma parceria forte com os pais e troque feedbacks sempre que possível
Aposte em Projetos Pedagógicos que apoiem a neurodiversidade
Uma boa forma de promover educação especial na escola é apostar em projetos pedagógicos adaptáveis. O SuperAutor é um projeto pedagógico voltado para para o processo de letramento e alfabetização. Ele é uma ótima ferramenta para a escola, afinal, ele promove literacia familiar, interesse pela leitura e escrita, a criatividade e também protagonismo para os alunos.
Com o auxílio dos pais e professores, cada aluno escreve e ilustra o seu próprio livro, da sua maneira. Super legal, né? Além disso, a escola não paga nada pelo projeto e ele pode ser realizado nos modelos de ensino híbrido, remoto e presencial.
Leia também: Como realizar o projeto pedagógico SuperAutor com alunos de educação especial.
E aí, vamos estimular a neurodiversidade com o Projeto SuperAutor? Compartilhe este artigo com sua equipe pedagógica!