O ambiente escolar deve ser um lugar de integração e possibilidades para todas as crianças. Por isso, o autismo na escola deve ser muito discutido, afinal, só é possível melhorar um cenário e trazer soluções práticas quando falamos e trocamos ideias sobre o tema. O autismo é conhecido cientificamente como transtorno do espectro do autismo (TEA). Ele é uma série de desordens do desenvolvimento neurológico, que atuam desde quando o autista nasce ou se desenvolve no começo da infância.
Para embasar o nosso artigo sobre o Autismo, entrevistamos a Psicóloga e Analista de G&G da SuperAutor, Amanda Antunes, que explicou os principais pontos relacionados às ações das crianças diagnosticadas com um grau de autismo.
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De acordo com a psicóloga Amanda Antunes, o autismo “envolve uma dificuldade grande e duradoura de interagir e se comunicar com os outros, além de alguns interesses restritos e atividades repetitivas, como estalar os dedos, enfileirar objetos, dentre outros comportamentos.”. Além disso, o TEA aumenta as dificuldades para comunicação não verbal, gestos, entonação na voz, expressões faciais e etc.
Isso resulta em sérios obstáculos para aprender as coisas de modo geral e de conviver com os outros. Ainda de acordo com Amanda, “pessoas diagnosticadas com Transtorno Espectro Autista são vistas posicionadas dentro de um espectro do transtorno, sendo ele leve até grave, podendo variar também a área mais prejudicada.”.
Existem alguns tipos de autismo, são eles:
- Autismo Infantil ou Precoce
- De Alto Funcionamento
- Autismo de Kanner
- Atípico
- Transtorno Global do Desenvolvimento
- Desintegrativo da Infância
- Síndrome de Asperger
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Como identificar o autismo na escola?
No geral, crianças com autismo na escola podem apresentar sintomas pouco notáveis. Os sintomas muitas vezes não são agressivos ou muito atípicos, como algumas pessoas tem em mente. Eles podem refletir no desenvolvimento escolar, na atenção que o aluno consegue despender em sala de aula e na forma de interagir com colegas e professores.
Alunos com autismo podem apresentar padrões repetitivos de comportamentos, como manias e interesses fixos, o que parece ser algo comum vindo de uma criança. Por isso, é importante estar sempre com a atenção voltada para os alunos e, então, perceber esses sinais de autismo na escola.
No geral, uma criança do espectro autista apresenta sintomas como:
- Dificuldade para interagir socialmente
- Falta de contato visual e expressão facial
- Retenção de emoções e dificuldade para expressá-las
- Uso repetitivo da linguagem
- Apego excessivo às rotinas
- Sensibilidade sensorial
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Tenho um caso de autismo na escola: como posso tornar a escola inclusiva?
Primeiramente, é importante que o diretor ou responsável pela instituição esteja muito atento às leis que regem a inclusão escolar. A Lei nº 12.764, por exemplo, institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”. Ela foi criada para que autistas passem a ser considerados oficialmente pessoas com deficiência. Mas o que isso muda na prática?
A partir do momento em que o autismo passa a ser considerado uma deficiência do aluno, algumas medidas e ações passam a serem obrigatórias. Alunos com autismo, hoje, tem direito a todas as políticas de inclusão do país. Isso quer dizer que, na escola, ele precisa ter um mediador para ajudá-lo exclusivamente, dentre outras medidas que devem ser levadas muito a sério pelas instituições. A lei garante ao aluno autista o direito de estudar em escolas regulares e os gestores que recusam matrículas para esses casos estão sujeitos à punição de 3 a 20 salários mínimos, ou até mesmo perda do cargo.
Para melhorar a inclusão da escola, é necessário promover a capacitação da equipe:
- Reestruturando o ensino e suas práticas
- Eliminando atividades e práticas excludentes
- Promovendo encontros e debates para discutir o tema
- Criando cursos de capacitação com profissionais de saúde
Além disso, é importante que sua escola tenha um plano de ensino junto ao Projeto Político Pedagógico, que conte com atividades que promovam a inclusão. Isso deve ser feito respeitando o conhecimento e capacidades de cada aluno. Separamos 4 formas práticas de lidar com o autismo na escola promovendo inclusão e conscientização!
1- Crie uma comunicação específica
Alunos com autismo não costumam interagir socialmente de forma natural. Por isso, é importante que a comunicação seja estimulada ainda mais, para que eles se acostumem cada vez mais com o ambiente escolar e criem um vínculo especial com ele.
Os professores podem observar padrões de comportamento e linguagem dos alunos e buscar formas de repetir esses padrões para criar uma comunicação padronizada com os alunos autistas. Isso ajudará muito na criação de confiança entre aluno e professor e, consequentemente, irá melhorar o desenvolvimento educacional.
2- Busque atividades que despertem a atenção
Como já vimos, alunos com autismo tem uma atenção bastante seletiva. Eles focam em uma coisa só e é importante que o professor saiba usar isso a seu favor. Então, crie atividades focadas na concentração, com objetos de cores vibrantes e bastante estímulos visuais. Assim, você poderá passar a mensagem que deseja, sem criar desconfortos para o aluno.
3- Conte histórias e brinque com a imaginação
Os alunos autistas são introspectivos por fora, mas por dentro tem um mundo de imaginação rolando. É importante saber aproveitar isso e promover ainda mais a criatividade. Dessa forma, é possível criar atividades literárias na escola e envolver os alunos autistas:
- Contando histórias
- Fazendo encenações
- Usando fantoches
- Explorando musicalidade de forma branda
4- Evite quebras bruscas de rotina
A rotina é um ponto de segurança para uma criança com autismo. Na escola, isso se torna ainda mais importante, afinal, eles estão longes dos pais e pessoas de vínculo maior. Tudo isso torna o ambiente escolar muito desafiador para o aluno e quando o professor não leva isso em consideração, pode desencadear muitos transtornos.
Então, sempre que for fazer alguma mudança na rotina escolar ou propor uma nova atividade, introduza a ideia de mudança aos poucos e crie um ambiente familiar para que o aluno com autismo possa passar por esta transição sem problemas.
E aí, gostou das dicas? Capacite sua equipe e leve este tema para a escola!