O letramento racial é apresentado pelo ativismo social negro como o ponto de partida de uma educação antirracista. O conceito foi utilizado pela primeira vez pela socióloga afro-americana France Winddance Twine, em 2003. No Brasil, o racial literacy foi traduzido para o português pela psicóloga Lia Vainer Schucman.
Ambas as pesquisadoras defendem o letramento racial como um conjunto de práticas para ensinar crianças e adultos a desconstruir formas de pensar e agir. Sendo que todas foram naturalizadas na relação entre pessoas negras e brancas.
Por ser um espaço de socialização e aprendizado, a instituição de ensino tem impacto direto na vida das crianças. A escola é um dos principais agentes na formação de um indivíduo. É nela que os alunos serão apresentados à cidadania, à cultura e, principalmente, à diversidade de costumes, crenças e de pessoas. Por isso, é preciso inserir a diversidade racial e uma educação antirracista na escola para garantir cidadãos conscientes, respeitosos, e que promovam a igualdade.
Por que trabalhar o antirracismo na educação infantil?
A escola proporciona os primeiros contatos da criança com a cidadania e a diversidade. Por isso, elas devem ser ensinadas desde cedo para tratar outras pessoas de maneira igualitária e respeitosa, independentemente de sua raça e etnia. Ao promover uma educação antirracista, a escola está trabalhando para desconstruir o racismo em toda a sociedade.
Trata-se de um tema complexo. Por isso, os impactos do racismo na sociedade devem ser ensinados desde cedo, construindo soluções que devem ser tomados dentro e fora da instituição de ensino para que a discriminação não perpetue.
Entenda como a sua instituição de ensino pode promover a educação antirracista na prática:
Como promover a educação antirracista na sua escola
A escola precisa estudar bastante sobre o tema e, preferencialmente, ter uma comissão de trabalho focada na questão racial. Esse grupo deve ser apresentado às famílias, tendo fácil acesso para dialogar com os pais e alunos, além de assegurar aos responsáveis as posturas que serão tomadas em casos de racismo. É preciso ter uma equipe preparada para compreender questões como diversidade e racismo, e promover conversas sobre esses temas na escola.
Quando a criança é pequena, é necessário construir o letramento racial, ou seja, fazê-la compreender o racismo na sociedade e por que ele deve ser combatido. Fale sobre consciência negra durante o ano inteiro. Muito além do dia 20 de novembro, é preciso pensar e aplicar atividades durante todo o ano.
A lei nº 11.645/2008 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena em escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental e Médio de todo o Brasil.
Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE) também preveem o combate ao racismo nas escolas.
Assim, as instituições de ensino que estiverem se adaptando à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem adaptar o currículo de História para desenvolver habilidades e competências relacionadas ao tema.
Compartilhe com um educador e juntos vamos transformar a realidade racial dentro das salas de aula!