Sabia que o Pedagogo pode atuar em diversas áreas além do ensino tradicional? Na Pedagogia Hospitalar, um movimento de humanização na pediatria, o educador é responsável por propor atividades que desenvolvam o pensamento crítico, a criatividade e outras habilidades de crianças e adolescentes que estejam em tratamento, seja ele contínuo ou esporádico.
O maior objetivo é que a criança ou jovem não deixe de desenvolver suas habilidades advindas do ensino e da aprendizagem escolar por motivos de saúde. Porém, a Pedagogia Hospitalar não é vista como uma extensão da sala de aula, mas sim uma adaptação. Além disso, ela é aplicada de forma bastante individual, pois cada pequeno paciente tem suas possibilidades e limitações.
Como se tornar um Pedagogo Hospitalar?
Existem cursos de extensão e pós graduação na área de Pedagogia Hospitalar, pois, como dito anteriormente, o trabalho realizado nos hospitais não é um desdobramento da sala de aula tradicional, mas sim um momento planejado especificamente para cada paciente, onde são consideradas suas potências e limitações.
Inclusive, o dia a dia nos hospitais não contam com uma rotina certa. Acontecem imprevistos, exames em cima da hora, a criança pode não se sentir bem para as atividades daquele dia, entre outras intercorrências.
O Pedagogo Hospitalar irá lidar não só com jovens enfermos, mas também com famílias, médicos, enfermeiros e procedimentos. Diante disso, reforça-se a importância do curso preparatório para essa vivência, visto que:
“é possível aprender como desenvolver as potencialidades dessas crianças e adolescentes, considerando possíveis limitações físicas, motoras e perceptivas, além das implicações sociais, afetivas e emocionais normalmente presentes em situações de enfermidade, adoecimento e internação.”
PUC SP / Pós Graduação
Benefícios da Pedagogia Hospitalar
Segundo a matéria acima, é possível concluir que “o equilíbrio entre a ciência avançada e o cuidado humanizado, centrado no paciente, traz benefícios a todos. São vidas mais suaves, pacientes tratados no corpo e acolhidos na alma e profissionais da saúde tratando a doença sem esquecer de cuidar do ser humano que a abriga.”
As atividades pedagógicas no hospital “ajudam a manter o equilíbrio emocional e psicológico para os alunos lutarem melhor contra a doença e proporcionam segurança aos pais, que veem o filho recebendo cuidados pedagógicos.
“O atendimento humanizado ajuda você a ser um profissional transformador: um pedagogo ou professor hospitalar que melhora a situação do paciente, da família e da equipe médica.”
Correio Braziliense, 10/11/2019
No Hospital Geral de Nova Iguaçu, localizado no Estado do Rio, acontece uma ação integrada entre as secretarias de Educação (SEMED) e Saúde (SEMUS) de Nova Iguaçu. A ação se dá da seguinte forma:
“O trabalho é realizado dentro do horário escolar. As professoras circulam pelas enfermarias pediátricas apresentando a Classe. Elas verificam com a equipe médica o estado de saúde de cada paciente e dessa forma preparam as atividades pedagógicas. Os atendimentos acontecem na própria sala de aula ou no leito. Um relatório de avaliação geral das atividades e dificuldades do aluno é criado pelas professoras e entregue à família do paciente e a SEMED que encaminha ao colégio ou à secretaria de educação do município que a criança reside.”
Kamille Vitoria, de 10 anos, ama as atividades da escolinha do hospital:
“Todos os dias, quando acorda, ela me pede para vir para a escolinha. Ela está sempre conversando sobre a aula e procurando as atividades. É incrível ter essa escola dentro do hospital e o trabalho é feito com amor e dedicação”
Adriana, mãe de Kamille
Sabia que é Lei?
Isso mesmo! Toda criança e adolescente têm direito ao acesso ao ensino quando hospitalizados, é o que garante a Lei 13.716, de 2018.
De acordo com a matéria acima: “para os alunos hospitalizados, a aula é uma atividade bem-vinda. Isso acontece porque muitas crianças e adolescentes sentem-se ‘presos’ durante a sua internação. Isto é, devido às condições de saúde, não podem fazer as atividades que tanto gostam (…) As aulas funcionam como uma forma de voltar à rotina que tinham antes da hospitalização.”
Estudos de caso confirmam a importância da prática da pedagogia hospitalar
“Por meio da manutenção do processo de escolarização, a criança ressignifica sua vivência hospitalar e tem preservado seu desenvolvimento, melhorando sua autoestima e sua qualidade de vida (…)
Nessa perspectiva, na impossibilidade de frequentar a escola durante o período de hospitalização, as crianças necessitam de formas alternativas de organização e de oferta de ensino, de modo a garantir o cumprimento dos direitos universais à educação e à saúde (…)
Cumpre às classes hospitalares elaborar ações que ajudem no acompanhamento do processo de escolarização de crianças e de adolescentes matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito da educação básica, e que se encontram impossibilitados de frequentar a escola, em virtude da situação de internamento hospitalar.”
“A continuidade dos processos educativos promovida pelo atendimento pedagógico hospitalar tem ajudado a reverter o quadro clínico de crianças hospitalizadas, fato que eleva sua autoestima e sua vontade de se recuperar. “
Escolarização da Criança Hospitalizada Sob a Ótica da Família
“(…) a atuação pedagógica no ambiente hospitalar, poderá proporcionar à criança o estímulo à aprendizagem, de forma recreativa contribuindo na prevenção ou minimização dos problemas decorrentes à hospitalização da criança.”
A Atuação Pedagógica na Pediatria Hospitalar
SuperHospitais: Que tal trabalhar o programa da SuperAutor na Pedagogia Hospitalar?
Crianças que precisam passar determinado tempo no hospital, passam a depender dos cuidados de terceiros e precisam se submeter a exames e intervenções incômodas. Além disso, o afastamento da rotina, da família, da escola e dos amigos também causa desânimo e pode agravar a insegurança dos pequenos.
Escrevendo e ilustrando sua própria história, o paciente pediátrico poderá resgatar sua autonomia, usar sua criatividade e se sentir mais motivado! O que poderá refletir diretamente no seu processo de cura.
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Por Thayana Freitas